Meu pedido veio errado!
Imagine a cena:
Uma pessoa chega em um drive-thru qualquer para pedir o que vai consumir:
— Gostaria de alguém que curta as mesmas músicas que eu.
Que entenda tudo que eu fale.
Que goste das mesmas coisas que eu gosto.
Que me responda na velocidade que eu achar apropriada no dia.
Que possamos viver um amor sincero, daqueles em que a pessoa é louca por mim.
Daqueles que poderiam virar um filme ou uma série.
Que possamos viver juntos e felizes para sempre.
Onde eu sempre serei respeitado(a).
Onde o amor seja acima de todas as coisas.
Onde todos os meus planos sejam realizados.
Que seja alguém que me apoie em todas as coisas.
Que me dê conforto quando eu estiver mal.
Que me trate como alguém especial.
Que me prometa e sempre cumpra.
Que escreva músicas e poemas para mim.
Pois é.
É interessante como as coisas podem parecer estranhas quando escritas.
Talvez seja por isso que eu ainda prefira uma noite de sexo casual sincero do que uma vida de amor doentio e desigual.
Até porque eu já vivi o amor todos os dias — e fui insuficiente em todos eles.
Já fui os dois lados: o que cobra e o que é cobrado; o que destrói e o que é destruído.
Porém, a minha vida é um drive-thru aberto — aceito pedidos.
Mas muitas coisas já não existem mais em estoque.
Posso amar por uma noite ou por uma vida inteira.
Só não peça o combo, porque fast food faz mal.
Pare em uma conveniência superfaturada e pegue algo com melhor valor nutricional.
Música: I Wanna Be Your Boyfriend – Ramones