O dia clareou!
O dia clareou, porém, apesar da falta de sono, o cérebro trabalha de uma maneira lenta e preguiçosa, como se ele estivesse apenas com algumas partes adormecidas, mas não o suficiente para você desligar e poder fechar os olhos e dormir.
Não entendo por que estou assim. Eu já estava acostumado, mas me pergunto se o remédio parou de fazer efeito.
Enfim, seguimos pensando — ou tentando não pensar. O problema é que eu entro meio-dia no trabalho, e vou passar o dia todo atendendo telefones e WhatsApp de clientes que dormiram bem só para terem mais vigor em me xingar por um problema pelo qual não tenho nenhum controle.
Mas voltemos ao agora, aos pássaros cantando, aos meus olhos que, apesar de pesados, não fecharam por um momento sequer.
Tentadas várias posições, músicas para relaxamento... puta que pariu, dormir de fone é uma bosta. E, além disso, uma propaganda de Advil no meio do som de chuva não ajuda a dormir.
As próximas horas serão tensas. Penso eu que todos que passam a noite em claro têm esse problema nas primeiras horas da manhã: estar tudo em marcha lenta — e não no sentido bom, mas sim no sentido em que, porra, eu tô pensando na velocidade normal, mas tudo tem preguiça junto.
E ainda continuo pensando: por que será que a porra do remédio não fez efeito?
Não fiquei assistindo, não fiquei no celular, não fiquei lendo. Tentei realmente dormir, mas, a cada cinco minutos, uma frustração: o sono não embala, não vem — não, pelo menos, da maneira que precisa.
Não tenho álcool em casa, não costumo beber, o cigarro acabou, quinto dia útil ainda tem uns dias pra chegar.
Fodeu. Mas por que o remédio não fez efeito?
Enfim, no final até isso vira um texto, porque não dá pra fazer outra coisa quando o sono não vem.
Por que o remédio não fez efeito?
Vou ter que avisar a psiquiatra que a insônia tá ficando mais frequente.
Música: Watermark – Enya