Quem paga o date?
Aquela discussão chata: quem paga a conta do date?
Um papinho furado que, no final, é perpetuação da estrutura machista travestida de cavalheirismo.
Todo mundo reclama sobre esse assunto e tá todo mundo sozinho, criando muros, regras e barreiras absurdas pra sair, tomar um café e bater um papo.
O que me intriga mesmo é que, porra, se você vai sair com alguém, no mínimo as duas pessoas têm que saber das condições financeiras uma da outra — pelo menos no momento do date.
Estamos numa sociedade toda fodida em todas as coisas, que no final ficam querendo performar.
Não tô falando pra não escolher, nem nada disso.
Eu tô falando: porra, conversem!
Todos os papos relacionados a quem paga o date ficam naquele “meninos x meninas”.
E, claro, trazer isso pra um debate raso vai gerar engajamento.
E isso vai ter o quê?
Um monte de macho idiota defendendo a própria posição pra se afirmar como homem de valor, como o alfa.
Todo mundo tem momentos fodidos na vida — aliás, que são maioria —, mas e aí?
Você vai se trancar no quarto, vai viver o desespero de estar fodido em todas as suas camadas, ou vai conversar com alguém legal e falar:
“Porra, eu tô com a grana curta, podemos ir comer um podrão e tomar uma Turbaina?”
Se a pessoa falar “Demorô” — bom, já é um date legal antes de ir.
Música: One Way or Another – Blondie
(Isso não é sobre gênero. Isso é sobre vocês baterem papo antes de se encontrarem, caralho.)